Nessa
semana após Pentecostes, as leituras me fizeram refletir muito. São passagens
que nos levam a repensar como está nossa relação com o Senhor. Até Pentecostes
as leituras nos preparavam para a grande descida do Espírito Santo, onde
realmente começa a missão dos Apóstolos. Para nós esse tempo também é o momento
de renovarmos o nosso SIM, a nossa entrega. As leituras do início da semana nos
falam das renúncias que são necessárias e que apegos não
são bem vindos quando se trata de seguir o Senhor. Quantas vezes pensamos
seguir tudo o que nos pede a Igreja, mas esquecemos que nosso coração é apegado
ao dinheiro, aos bens, às pessoas. Somos como o jovem que aparece no Evangelho
de Marcos (10, 17-27), queremos
seguir Jesus, mas não queremos deixar tudo para trás. O problema não está
em ter bens, mas em amar mais esses bens que ao Senhor a ponto de colocar
empecilhos no seu seguimento.
Outro ponto importante dos Evangelhos
dessa semana está em que não
podemos servir querendo recompensa. A livre entrega consiste em tudo dar em
nada esperar em troca, nem bens, nem glória, nem fama, nem amigos, nem nada em
recompensa. É ter a certeza que a vida será de lutas, perseguições e
conquistas, mas tudo isso para a glória de Deus. A doação total de si mesmo é o
maior ato de amor que podemos ter com Jesus. “Deixamos tudo e te seguimos” (Mc
10, 28-31), nada é nosso, a nada somos apegados, diferente do exemplo do
parágrafo anterior. Porém, nada adianta tudo deixar se esperamos recompensa.
É o que Tiago e João queriam (Mc 10, 32-45), o melhor lugar no Reino dos Céus,
pois aqui na terra serviram ao Filho de Deus. Jesus é claro ao dizer que ser
servo é a atitude que os seus seguidores devem ter. Servir, amar, se doar pelo
irmão, por aquele que necessita de nós. E a recompensa? Um verdadeiro servo não busca
recompensa, mas somente agradar o Senhor.
Só
podemos ter essa doação total,
essa vida de servidão, se tivermos uma fé sólida, firme, como a de Bartimeu (Mc
10, 46-52). Diferente do que muitos de nós fazemos, que ficamos a “beira do
caminho”, cruzando nossos braços e esperando que Jesus venha curar nossas
feridas, Bartimeu foi audacioso, corajoso e não deixou de acreditar que, se
suplicasse, Jesus o atenderia. Sua fé foi tanta que ele não pediu ao Cristo um
“trocadinho”, um pouco de comida ou uma bengala, mas sim sua cura, “que eu
veja”. Quantas vezes deixamos
que nossos apegos nos ceguem, nos deixem sentados, sem ver o Senhor passar, sem
confiar o suficiente para deixarmos tudo?
Quando ficamos como que cegos, acabamos deixando morrer a fé em nós, pois os
apegos e as seduções do mundo acabam por nos impedir de dar frutos. Quais são
os frutos que o Senhor espera de nós? Como temos correspondido? Será que somos
como essa figueira (Mc 11, 11-26) que por não produzir mais frutos, por não ter
mais vida, seca e se destrói ou somos como o Bartimeu, que sabia da sua
pequenez, das suas limitações, mas resolveu depositar tudo o que tinha nas mãos
do Senhor, confiando que Ele faria o que fosse o melhor? Como está nossa
relação com os apegos, com os bens materiais? Será
que amamos a Cristo mais que às coisas e às pessoas ou para Jesus só sobra
aquilo que não me pesa, não me custa?
Rogo ao Senhor que faça o meu e o seu coração um
coração totalmente livre. Livre para se doar naquilo que for o Chamado de
Deus na minha e na sua vida.
Que
Deus nos abençoe!
Michi
Cristina
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