quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Primavera do tempo e Primavera de Deus



Primavera, manhã tão clara! Cada flor, no seu momento, devido tempo, brotará...” (Primavera – Kennia)




Eis o momento tão esperado por alguns. A primavera chegou e com ela toda a beleza das flores e dos frutos. Parece que os pássaros cantam mais bonito, o sol brilha, o céu fica mais azul. Estação repleta de belezas que nos recordam o Criador, tempo de fazer brotar o que no inverno estava oculto. Isso no tempo da Terra, isso dentro de nós.
Na nossa Primavera espiritual percebemos que o inverno, tão duro e frio, gerou flores e frutos que agora embelezam nossa vida. Algumas flores já esperadas e outras que surgem sem que planejássemos. Sementes que nós plantamos e semente que Deus plantou em nós na sua infinita discrição florescem em nosso jardim nos apresentando novos sonhos e novos projetos. Também os antigos renascem e aproveitam essa época para se fortificarem e amadurecerem dentro de nós. É o momento do novo, do eterno novo que encontramos em Cristo, momento de descobrir as flores aqui em nós e de regarmos o jardim.
Por vezes a chuva e o frio ainda vêm, o inverno dá uma leve espiada no tempo da primavera, mas só para recordar que as estações não acontecem sozinhas, mas dependem uma da outra para ser o que são. Nossa vida não pode ser uma eterna primavera, assim como não se pode parar no inverno nem em qualquer outra estação.
Cada coisa tem seu tempo determinado por Deus, tanto na natureza quanto na nossa vida espiritual. É o que nos ensina as Escrituras:

“Tudo tem seu tempo. Há um momento oportuno para tudo o que acontece debaixo do céu. Tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de colher a planta. Tempo de matar e tempo de salvar; tempo de destruir e tempo de construir. Tempo de chorar e tempo de rir; tempo de lamentar e tempo de dançar. Tempo de atirar pedras e tempo de as amontoar; tempo de abraçar e tempo de separar. Tempo de buscar e tempo de perder; tempo de guardar e tempo de esbanjar. Tempo de rasgar e tempo de costurar; tempo de calar e tempo de falar. Tempo de amar e tempo de odiar; tempo de guerra e tempo de paz.
Que proveito tira o trabalhador de seu esforço? Observei a tarefa que Deus impôs aos homens, para que nela se ocupassem. As coisas que ele fez são todas boas no tempo oportuno. Além disso, ele dispôs que fossem permanentes; no entanto o homem jamais chega a conhecer o princípio e o fim da ação que Deus realiza.”
(Eclesiastes 3,1-11)

         Nem sempre entendemos o tempo de Deus. Queremos que a primavera seja no verão, que não exista outono e inverno. Queremos que nosso coração seja sempre aquecido de consolações e alegrias e esquecemos que é necessário que as folhas caiam, necessário a poda, para que a planta se fortifique. Esquecemos que só existe calor porque existe frio. Na nossa vida espiritual esquecemos que o tempo de Deus é diferente do nosso, que o inverno é necessário e é nele que aprofundamos a nossa fé. A primavera é boa, sim, mas não existiria se não fosse precedida pelo frio e pela chuva que nutre a terra do nosso coração.
         Nesse novo tempo de Deus, nessa primavera, aproveitamos os novos sonhos, o novo impulso que o coração tem ao ver as flores de Deus nascendo em nós. Caminhamos alegremente, com nova disposição, novo ânimo para encarar os desafios e nos prepararmos para o verão de Deus. As estações nos ensinam a esperar o tempo certo, a não apressar o tempo de Deus, pois é no Seu tempo que amadurecemos e damos frutos.
         Peçamos ao Senhor o dom de saber aproveitar cada estação da nossa alma, cada momento. E que saibamos acolher e sonhar os sonhos de Deus em nossa vida, para nos tornarmos o jardim que Ele sonhou.

Carinho e orações,
Michele Cristina Pacheco
Escrava inútil de Jesus por Maria
26 de setembro de 2014


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